MARIA, MÃE UNIVERSAL

Na escola da fé, na qual estamos todos inscritos e chamados a caminhar, descobrimos elementos que nos ajudam a crer e fazem do nosso caminhar uma busca de mais e mais estar com Deus.

Maria foi convidada a fazer parte da história que salvou a humanidade. Ela foi escolhida para mãe do Salvador. Ciente de suas condições, rejeitou num primeiro momento pois sabia do alcance do convite. Mas ponderou a partir da fala do anjo e se dispôs a ser serva nessa caminhada.

Tornou-se a mãe de Jesus e começou a participar das itinerâncias de Jesus e a viver sua missão bem de perto. Mais de uma vez ficamos sabendo pelos evangelistas que ela estava por perto ou no grupo de Jesus.

Mãe zelosa, foi até a cruz e na cruz experimentou junto com o Filho o esvaziamento de todas as forças e a profissão de fé da esperança em Deus.

E foi ali, no altar da cruz que ela viu também sua missão ser redimensionada: de mãe de Jesus se torna mãe universal, recebendo no discípulo amado todas as pessoas que virão em Cristo o Filho de Deus.

Maria se torna mãe da humanidade pela entrega que Jesus faz: MULHER, EIS AÍ TEU FILHO...

João, segundo os padres da Igreja, representa ali a humanidade que se vê destituída da presença de Deus pela violência que arranca o coração de quem crê e impede de continuar amando. Naquele momento, o discípulo amado representa a humanidade que ama e recebe Maria em sua casa...

Muitos não entendem essa dinâmica. Preferem dizer que beira a loucura ou a idolatria.

Mas nós que caminhamos com Jesus e descobrimos o quanto a sua vida, paixão e morte representa um ponto crucial em nossas experiências humanas porque o seu ser igual a Deus não o impede de experimentar as dificuldades e crueza da vida humana, descobrimos o quanto esse gesto de entregar sua mãe para ser a nossa mãe aponta para o cuidado extremo e generoso que tem com cada um de nós.

Em Maria encontramos o mesmo abrigo e cuidado que João encontrou e com ela descobrimos que a cruz não tem o ponto final na nossa história.

Sofreu as dores angustiantes da morte do Filho. Mas depois, em pé e com profunda confiança, seguiu para o cenáculo afim de manter o memorial da presença de Cristo na vida da comunidade.

Assim somos quando vamos com Ele até a cruz.

Recebemos todos os bens que ele nos delega: a eucaristia, a Igreja, a Mãe...

E seguimos caminhando com fidelidade e esperança como sinais da redenção e dispostos a manter esses dons vivos e presentes na vida do mundo, para a salvação de todos...

Fiquem bem.