TEMPO NOVO

Quando percebeis que a figueira está com broto sabeis também que o verão está próximo, diz Jesus.


Talvez se isso fosse dito em nosso tempo Jesus teria algumas dúvidas porque, com as mudanças climáticas e a enormidade de mutação no ciclo natural das coisas, ficaria difícil simplesmente detectar quando uma coisa ou outra realmente vai acontecer.

Mas os sinais estão aí...

No seu tempo, os brotos da figueira diz que o verão se aproxima. Em nosso tempo inúmeros são os sinais que nos diz que precisamos acolher a nova estação ou o novo tempo.

A liturgia tem esse papel: ela nos lembra do ciclo do mistério que atua para nosso encontro com Deus.

Estamos por iniciar o advento. Tempo de expectativa de esperança e confiança.

Nem sempre fazemos isso com a profundidade que se pede. Achamos que o advento é como o pré natal que se enfeita para que o papai noel desça pela chaminé.

Advento é a renovação da aliança: Deus promete nos visitar e dá um tempo para que observemos os sinais e possamos depois detectar a sua presença através do mistério da Encarnação.

É como se estivéssemos sendo convidados para observar o ciclo da nossa figueira e perceber se há brotos e, se houver, que nos alegremos pela chegada do verão ou de Deus.

Caso não haja, se propõe o tempo do cultivo: como um jardineiro fiel que entra em nossa terra seca e afofa, rega, aduba, poda e reanima o tempo da espera para que o broto da salvação, o broto de Jessé seja novamente apresentado e acolhido por quem realmente espera.

É um tempo novo. É uma oportunidade de re-olhar tudo o que temos e somos e decretar a chegada do Salvador porque se cumpriu o ciclo da nossa espera.

Pena que perdemos isso com facilidade e, em meio a tantas preocupações, estamos muito mais focados nas coisas do que no tempo.

Eis que os brotos precisam ser vistos e se eles não existirem, que sejam cultivados.

O Senhor está à porta.

Fiquem bem.