IR PARA VER

Hoje gostaria de iniciar minha reflexão fazendo uma pergunta bem básica pra você: alguma vez na sua vida já teve a oportunidade de conhecer uma pessoa e, por algum motivo, não gostou da mesma e sentiu que vocês não tinham nada em comum e até imaginou que ela tem ou faz coisas horríveis que seriam impendimentos parasse ter uma amizade? E passados algum tempo, descobriu justamente o contrário?

Tic- tac. Tic- tac...

Caso você tenha pensado um pouco e sido honesto consigo mesmo, provavelmente a resposta será: SIM, EU JÁ PASSEI POR ISSO...

Nossa empatia nem sempre é positiva com relação às pessoas. Muitas vezes vemos no outro o que detestamos em nós e acontece a projeção ou a fantasia de que odiar no outro aquilo que não gostamos em nós seja mais fácil de aceitar do que se arriscar a conhecer, o outro e a si.

Um pre- conceito pode não só magoar as pessoas, mas também impedir que descubramos coisas interessantíssimas sobre o outro e descubramos valores e dons que não encontraríamos em nenhuma outra pessoa.

Nos Evangelhos muitas são as situações de preconceito. Mas hoje que celebramos o apóstolo Natanael ou Bartolomeu, lemos um dos textos memoráveis que serve para a gente repensar nossos julgamentos.

Em Jo 1, 45- 51 Natanael recebe a informação através de Filipe: ENCONTRAMOS AQUELE QUE FOI PREDITO NA LEI E NOS PROFETAS. ELE É DE NAZARÉ E É FILHO DE JOSÉ.

Bastou que se dissesse de onde Ele era e filho de quem, para que Natanael despertasse seu preconceito: PODE POR ACASO VIR COISA BOA DE NAZARÉ???

O preconceito tem esse poder. Nos dá uma ideia fixa e bloqueia qualquer avanço ou busca pelo conhecimento da verdade do outro.

Determinamos que todos os nazarenos são incapazes de fazer coisa boa e pronto: o Messias nunca poderia ser nazareno.

Em nosso tempo o preconceito vem dissimulado em humor.

Fazemos humor com a condição do outro e achamos que, por estarmos brincando, estaríamos sendo menos preconceituosos.

Aquele preto não me cheira bem...

Mulher no volante...

Aquela bichinha...

Aí o caipira chegou...

Em tudo deixamos um rastro de intolerância e achamos que, por estarmos brincando, não estaríamos sendo preconceituosos. Na cultura da casa grande ainda tem o fator social: ELA É POBRE MAS É LIMPINHA... ATÉ DEIXAMOS ELA SER DA FAMÍLIA...

Com essas vendas nos olhos nunca enxergamos quem o outro realmente é e com isso, nunca descobrimos o que o outro tem para nos oferecer que só ele nos pode dar.

Natanael pensou por primeiro via preconceito, é verdade...

Mas aceitou o convite de Filipe VEM E VÊ.

Sua atitude de querer comprovar suas ideias preconcebidas gerou nele a disposição para aprender e descobriu o quanto que perderia se não fosse ao encontro de Jesus.

Por isso mesmo recebeu um elogio do Mestre: AÍ ESTÁ UM ISRAELITA DE VERDADE, SEM FALSIDADE...

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Por aproximação poderíamos invocar outro texto do Evangelho onde Jesus afirma estar no pequenos e pobre. Quando você o vê com respeito, você me vê e quando despreza, é a mim que estais desprezando.

Tudo seria bem mais fácil se nossas prisões internas dessem espaço para a busca pela verdade do outro e, não importando quem são e de que jeito são, pudéssemos descobrir o que só essa pessoa, naquela condição pode realmente nos dar.

Fiquem bem.

Comentários

  1. O bonito desse evangelho é quando Jesus fala, que vendo outro com respeito é a ele que estamos respeitando. Todo ser humano é único com suas limitações sim, mais também com suas qualidades e virtudes. Pois somos sagrados, somos todos irmãos

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  2. Boa noite! O preconceito nos rodeia, às vezes ouvimos comentários tão banais, quase inacreditáveis. Vivemos olhando e imaginando os outros por fora e esquecemos de nos olhar por dentro e encontrar no `outro´ características que assemelham com as nossas e aí
    vamos descobrindo valores - emoções - iguaizinhas as nossas.

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  3. Impressionante como temos sempre que nos lembrar deste evangelho, lutar contra nossos proprios preconceitos tem que ser um exercicio diário. Não há quem não tenha qualquer tipo de preconceito, é algo enraizado em nós, fomos educados de tal forma. A minha alegria e esperança é pensar que minha filha e a proxima geração terá uma nova educação e viverá em um momento muito mais livre de preconceitos, ou pelo menos, em um lugar onde o preconceito tem sido discutido e condenado pela maioria das pessoas de bem. Bjos.

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