A PORTA ABRIU. E EU NÃO ENTREI...

No caminho do discipulado de Jesus, não se aprende lições meramente teóricas. Não existe um conteúdo programático. Não se faz uma sabatina sobre aquilo que se aprendeu dando uma lista de cinco respostas para que escolhamos uma.

O discipulado é um esforço livre, consciente e alegre (o Papa Francisco nos fez recuperar essa virtude) onde se descobre quem é Jesus e se estrutura a escolha de estar com Ele para que Ele esteja conosco.

Para isso, o contato com os discípulos no evangelho passa pela demonstração da Palavra a partir da indicação do que devemos almejar. E ainda aqui, não se trata de uma questão meramente teórica. Valores são palpáveis e possíveis de realização.

Por isso, escutar o que se diz e aprender as indicações passa a ser vital para quem quer estar na estrada com Ele.

Hoje no evangelho meditado Jesus faz essa demonstração de indicação:

Ao dizer AI DE VÓS MESTRES DA LEI E FARISEUS, Jesus nos aponta o quanto devemos nos distanciar desse tipo de atitude.

Mas do que se trata?

Os entendidos da lei fecham as portas para que não entrem qualquer tipo de pessoa, colocando uma série de julgamentos, exigindo um punhado de comportamentos, desmerecendo a história pessoal de cada um. Usam a religião para impedir que os "impuros" se acheguem. Mas o pior, não deixam entrar e são incapazes de eles mesmo entrarem.

Fazem muito esforço para forçar os outros a se converterem e depois, os desviam com a própria doutrina.

Se dizem capazes de guiar os cegos, mas por incrível que pareça, não enxergam nada nem ninguém e são cegos guiando outros.

Jesus parece estar descontente com um tipo de religião onde as pessoas (sejam quem forem, mas também seus líderes) preferem julgar, apontar, condenar, impedir as pessoas se achegarem a Deus em nome de preceitos que são meramente formalidades históricas.

Sim. Sei que muitos a ler o parágrafo anterior irão discordar porque aprenderam que os preceitos nos ajudam a salvar. Mas para Jesus quando o preceito for um impedimento para a busca de salvação, ele deixar de servir.

E o mundo, seguindo suas próprias regras e dinâmicas preferiu se afastar das religiões porque viram em nós esses comportamentos que mais afastam e disseminam preconceito do que acolhem e geram vida.

E, por incrível que pareça, muitos ainda ficam na cobrança de que o mundo deve mudar e voltar para a obediência pura e cega da fé do que a religião se dispor a avaliar seus métodos e sua maneira de se apresentar ao mundo.

Sim, podemos ficar reclamando e raivosos dizer que o mundo não quer Deus...

Ou podemos dizer com humildade que nem sempre somos capazes de abrir caminhos para que o mundo descubra e busque a Deus.

Jesus prefere abrir a porta e convidar a todos para o caminho.

E nós?

Fiquem bem.