DICA DE SÉRIE

Acho que já perceberam que sou muito curioso. E, pra escândalo de muitos, não me incomodo com esse título. Ser curioso significa querer conhecer o mundo em si e ao redor. Gosto muito de não só saber das coisas mas entender como eles funcionam e se por ventura, existe um jeito alternativo de funcionamento.

Mexendo dia desses na net, vi a indicação de uma série que passa no Netflix chamada THE CROWN e que trata da realeza britânica no período pré e pós Elizabeth II.

Fiquei curioso porque a resenha era de levantar grandes elogios.

E não me arrependi de começar a assistir ao seriado.

De fato tudo muito bonito e perfeitamente harmonizado com aquilo que sabemos da história recente do mundo de modo geral, e da mentalidade eurocêntrica em específico.

Os diálogos são bem feitos. As atuações esplendorosas. A fotografia da série é um caso à parte. E os conflitos são muito próximos de nós, reles mortais.

Mas de tudo o que vi até agora (imagino que teremos mais do que duas temporadas) o que mais me chamou a atenção foram duas coisas.

Primeiro, o conflito que se estabelece entre modernidade e tradição. A modernidade como a assanhada que entra e se estabelece nas instituições, famílias, costumes, religiões e que não se preocupa muito em pedir licença e nem mesmo a benção dos soberanos. E a tradição como algo bonito, profundo mas que só se mantém sob a rédea segura e castrativa de qualquer criação.

Depois, o conflito monárquico que vai se estabelecendo na série onde a monarquia começa a ser vista com olhos de que o rei está nu (desculpem-me o trocadilho, mas foi gostoso falar isso) deve ser a mesma coisa que se passa com relação ao papado.

Muitos que se sentem membros da corte católica no vaticano o que odeia em Francisco e não admite que ele o faça com seu jeito livre de ser, é que a tradição não está na imagem que se vende ao mundo, sob a fumaça de inúmeros turíbulos. Para ele, a melhor tradição é voltar à raiz do Evangelho e em Cristo, servir ao mundo ainda que ninguém o incense.

Alguns dirão que viajei na maionese.

Ok. Entendo e respeito. Mas como disse na premissa de abertura: sou curioso e não só quero saber como é, mas se não existe algum outro caminho para aquilo.

Estou tentando encontrar estradas que me façam entender o mundo que vivo e amo.

Fiquem bem.