ENQUANTO SE CAMINHA
A rigidez de nossa vida pode ser um obstáculo para que a graça atue em nós.
Nem sempre nos damos conta, mas às vezes por necessidade ou por puro mecanismo de defesa, tornamo-nos por demais rígidos e fechados em nossos próprios orgulho e prepotência.
Para nossa maneira tacanha de pensar, ser flexível significa ser fraco. E isso, para a luta diária, é coisa que não queremos demonstrar.
Mas na verdade, nossa rigidez é que divulga nossa fraqueza.
Pensemos na natureza.
Uma ventania pode causar inúmeros estragos e pode amedrontar a muitos.
O bambu, por mais alto e bem plantado que seja, sempre dança com a força do vento. Torna-se mais difícil arrancá-lo simplesmente pela força do temporal. Ele se move e tenta se adequar de acordo com a força e o modo como o vento vem.
Já um eucalipto, alto, viçoso e detentor da imagem de forte e rígido não consegue dançar. Fica duro enquanto o vento passa e é justamente aí que, querendo impor-se diante dos fatores externos, se torna vítima do vento e pode ser arrancado e jogado a distância.
Muitas vezes a vida nos torna enrijecidos pelos problemas e dificuldades que passamos. Nossa história pessoal nos faz desenvolver uma carapaça que revela força e poder. E o pior que acreditamos nisso mesmo.
Mas nem sempre a força está na rigidez e muito menos nos espinhos que apontamos para quem ou o que nos ameaça. Saber bailar sob a força das situações externas pode ser um bom recurso de sobrevivência e de defesa de si mesmo.
Não se trata de defender que sejamos amorfos, sem opinião sobre as coisas e pessoas. Mas se trata de não se agarrar a elas com tanta força de modo que nunca sejamos questionados e convidados a mudar de direção na nossa opinião.
O evangelho desta sexta feira é um belo convite a isso: enquanto se caminha para o tribunal com seu oponente tenta fazer a paz com ele para que o juiz não te entregue ao guarda e este, o coloque na cela...
Jesus parece nos conhecer tão bem que nos chama a rever nossos passos. Para se defender, trate-se com carinho e respeito e procure olhar o mundo com a mesma generosidade...
Assim seja.
Fiquem bem.
Maravilhoso seu texto! Diz td sobre o fechamento que fazemos diante de contrariedades, qtas vz só nos mesmo que ficamos "martelando" nossa mágoa quem nos magoou nem toma conhecimento, tenho notado isso e tenho percebido que passar por cima dessas contrariedades é melhor...embora custe um pouco. ////Amei a ft da margarida- ela é singela,mas bela, sauds delas no quintal de minha infância/ //Senti tbem muita falta de seus textos.Abraço
ResponderExcluirSe não formos flexíveis...não conseguiremos o "Bem Viver"!!!
ResponderExcluirSempre tive receio de pessoas inflexíveis, elas me causam medo, além de passar a impressão de que possuem um coração duro, desprovido de generosidade. Conheci pessoas assim, verdadeiramente intransigentes, com apego obstinado às suas próprias ideias e desejos, estagnados em sua própria vida. Felizmente nem todos possuem de fato a rigidez que tentam demonstrar. Estas na realidade, pelas próprias dificuldades da vida, se revestiram, como o Padre escreveu, de uma armadura como forma de proteção, e assim estão sempre na defensiva, com medo de expor os sentimentos e se tornar vulnerável (espero estar nessa segunda categoria rss). O problema é que nunca se tem certeza dos sentimentos de uma pessoa rígida, pois a impressão que passa é de que a presença do outro incomoda, que não se é bem vindo, que se fez algo errado. Isso é muito complicado. De minha parte não acho que devemos abrir a guarda demasiadamente, infelizmente vivemos em um mundo difícil onde é sempre bom refletir sobre nossas ações e agir com cautela. Acredito que essa reflexão nos torna forte o suficiente para que, independentemente do que venha pela frente, se saiba como agir para ter controle da situação. E é sempre bom nos lembrarmos do que o Papa Francisco nos diz: "A um coração humilde Deus dá sempre a Graça de reerguer-se".
ResponderExcluirQue reflexão! Precisava dela hoje. Tem sido dificil ultimamente equilibrar minha maleabilidade e minha rigidez... na verdade tenho tido necessidade de aumentar meu lado mais duro, não de forma intransigente, mas sim como forma de respeitar a mim mesma perante as situações, entende?! Enfim... acho que o equilibrio é o maior desafio. Sigo tentando. Abc.
ResponderExcluirUma declaração do Papa Francisco,que serve exatamente p esse tema tb:"Aquilo que nos uneune une é maior do que o que nos separa"-A essência é maior do que as particularidades...
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