APRENDER A REZAR- CAMINHAR

Senhor ensina-nos a rezar. Foi assim que os discípulos, encantados com a intimidade que Jesus tinha com o Pai, pediram para aprender o caminho.

Talvez não esteja tão claro, mas o pedido não significa em hipótese alguma apenas um arrazoado de palavras que devem ser repetidas ao infinito.

Por trás do desejo dos rapazes seguidores de Jesus estava o desejo sincero de aprender a ter tráfego diante de Deus e descobrir e anunciar o quanto Deus é bom em suas vidas.

Jesus também não dá uma receita. Não é um vade mecun  onde se encontra todas as respostas para a prática de uma boa espiritualidade, onde a mística seja de entrega e confiança, mas também de compromisso e obras.

A historia de dois mil anos da nossa caminhada enquanto Igreja fez com que endurecêssemos essa mística a ponto de muitos de nós entender que rezar significa repetir as palavras de Jesus ipsis literis, igualzinho, sem nenhuma alteração.

Para isso, temos o espaço litúrgico que nos ajuda a rezar e fazer memória dos ensinamentos de Jesus e toda celebração somos convidados a rezar como Ele rezou para fazer memória e definir nosso compromisso com nossa identidade de seguidores.

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Mas o pedido dos discípulos e a resposta de Jesus deve ser compreendida como uma proposta de caminho: como fazer para nos dirigir a Deus vivendo nossa vida com respeito e generosidade.

Rezar o Pai Nosso significa em última instância rezar pequena verdades que, juntas, revelam o caminho do homem/ mulher místicos.

Pai Nosso: reconhecer a paternidade de Deus que nos iguala a todos como herdeiros...

Que está nos céus: reconhecer toda a criação (conhecida e também a interpretada) como lugar de Deus junto de nós.

Santificado seja o teu Nome: dar nome é possuir mas dizer que o nome é santo é reconhecer a presença onipotente.

Venha a nós a Vosso Reino: o que precisamos que nos dês é a a força e a riqueza do Reino.

Seja feita a tua vontade: apesar de seres com vontades infinitas, somos mais felizes quando entendemos e aceitamos a vontade de Deus.

Assim na terra como no céu: tudo é um desdobrar-se e acreditamos que nossa caminhada se desdobra na caminhada futura.

O Pão nosso de cada dia nos dai hoje: se reconhecemos a paternidade de Deus somos convidados a reconhecer a fraternidade entre irmãos a partir do básico que é a vida.

Perdoai-nos a nossas ofensas: sim pecamos e erramos e precisamos do perdão.

Como somos capazes de perdoar quem nos ofendeu: a essência de Deus que mora em cada um de nós nos leva a perdoar também.

E não nos deixes entregue à tentação: ajuda-nos a escolher por onde ir.

E livrai-nos do mal: os males nos corrompem e nos fazem negar tudo o que dissemos antes.

Amém: assim queremos que seja...

Vejam que há uma veia que perpassa toda a prece que, ao repeti-la ou não, devemos assumir como o propósito primeiro de nossa caminhada: estar com Deus.

Fiquem bem.

Comentários

  1. Lindo.... Pra mim deu mais significado, uma releitura da oraçao.

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  2. Sempre fui contra a repetição infinita de orações...Será que são feitas com verdadeiro sentimento?Uma boa espiritualidade ...acredito eu seja a melhor maneira de nos fazer mais íntimos de Jesus...
    Dessa forma, fica mais interessante e valiosa a releitura da oração do Pai Nosso..

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