NOVOS TÚMULOS. VELHAS MORTES

A manhã daquele domingo fora extraordinária para aquelas pessoas que durante alguns anos haviam convivido e caminhado com Jesus.

Entristecidos por perde-lo e não terem sido capazes de compreender a grandeza da missão, pensavam como todos pensam: sempre existe um ponto final na vida.

Matam os corpos.

Humilham a dignidade.

Ferem os sentimentos.

Condenam ao esquecimento.

E determinam que a pedra posta no túmulo será com certeza a última referência dos sonhos e ideais de quem ali jaz.

E tudo se encaminhava pra isso mesmo...

Tanto é que nos momentos mais tensos e difíceis da prisão e condenação e exposição e morte de Jesus, alguns já juntaram seus parcos pertences e já tratavam de voltar angustiados para suas vidinhas.

Uns diziam-se enganados: como pode o aquele que se dizia Deus aceitar morrer e ficar tudo por isso mesmo?

Outros sem nada entender e sem nenhuma perspectiva de mudança nos andamentos de tudo aquilo.

Muitos saíram sem deixar vestígios sentindo-se humilhados e enganados.

Um grupo, ainda que pequeno, tentou fazer o memorial daquilo que haviam aprendido e, por causa disso, mantiveram-se unidos e reunidos nem que fossem para se consolarem das dores que sentiam.

E foi nessa perspectiva que tudo se transformou...

Mulheres (sempre elas, corajosas) foram ao túmulo. Não encontraram nem o corpo e nem as dores que imaginavam que ainda iriam sofrer. Ao contrário, foram iluminadas pela boa e grande notícia: AQUELE QUE VOCÊS VIRAM SER MORTO E AQUI COLOCADO, JÁ NÃO MORRE. ELA VAI À SUA FRENTE PARA ENCONTRAR-SE LÁ NA GALILEIA. (sim precisava-se sair do centro para encontrar-se com aquele que reúne os perifeus).

No coração se reacende a luz da fé e com isso, a missão se agiganta para voltarem a sentir ELE VIVO NO MEIO DE NÓS...

E não é que que corremos o risco de às vezes deixar o túmulo por fim às nossas esperanças...

E não é que muitas vezes deixamo-nos guiar pela dor do abandono do que pela certeza da presença...

Talvez devêssemos ir novamente ao túmulo para sermos despertados pela força da vida nova.

Sim, famintos de vida nos contentamos com as migalhas das luzes que piscam sem cessar... às vezes sem nos dar conta que o túmulo pode vir vestido de brilho e poder.

Fiquem bem.