UM PAI? SOMOS IRMÃOS?

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Quem procura viver sua vida de fé tem uma tendência quase comum de procurar fazer sempre as coisas certas da melhor maneira possível. Isso não é ruim em princípio. Pode ser um problema quando se torna uma pressão pelo puritanismo, mas normalmente é apenas o desejo de fazer o  certo.

Essa é uma premissa que tenho comigo quando leio o texto em que Jesus ensina a rezar o Pai Nosso (Mt 6, 7- 15). Imagino que os seguidores de Jesus queriam aprender a melhor forma de se comunicar com Deus uma vez que estavam aprendendo a olhar para Deus com outros olhos, inclusive aprendendo que Deus os olhava de outra forma.

E Jesus dá uma dica fundamental para que todos se dirijam a Deus: chamem-no de Pai. Mas não de pai de um grupo, de pai meu ou pai dos meus. Quando rezardes digam PAI NOSSO.

Estabelecer esse paradigma faz toda a diferença pois coloca a relação afetiva e familiar como um modo de expressão da relação da criatura com o criador. Traz pra dentro da casa, da vida aquilo que Deus é e se mostra.

Essa relação afetiva é tão intensa que os filhos do mesmo pai acabam descobrindo a alegria e a beleza de serem irmãos/ irmãs e por isso ocorre um condicionamento, segundo Mateus, o perdão do Pai acontece depois que os filhos aprendem a se perdoar...

Por motivos históricos que hoje não nos cabe discutir, organizamos a vida de fé fugindo desse parâmetro e acabamos verticalizando de tal modo a relação com Deus que, além de estar fora do âmbito afetivo familiar, corremos pra Ele sempre que queremos fugir da responsabilidade de viver como irmãos. Em alguns casos, somos capazes até de pedir contra os irmãos...

O Pai Nosso fica refém do nosso gostar ou não dos irmãos e o pior, caso não queiramos nos sentir irmanados, com muita facilidade dizemos que os outros (aqueles que não reconhecemos como irmãos ou semelhantes) não nasceram do coração do Pai.

Triste isso.

Fiquem bem.

Comentários

  1. O PAI É NOSSO! Deu à tds a luz do sol - o brilho das estrelas - o oceano - o mar e os rios/nos deu os sentimentos (bons e ruins) o amor/perdao ou ódio /vingança. Depende como queremos ou podemos ver o outro .... ELE dá oportunidades de sentimentos - somos nós que escolhemos no que pensar/fazer em relação a nós mesmo e aos outros.

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  2. Li um livro em que o sub título era:"O tratado de Paz mais perfeito que jamais houve ":
    Só podemos dizer "Pai nosso " se dissermos
    "Pão nosso "
    Só podemos pedir a
    Deus que perdoe os
    nossos pecados se
    se perdoamos aos
    inimigos. Pois dizemos :
    "perdoai-nos, ó Pai, assim como perdoamos.
    Nós mesmos condicionados o perdão,
    que pedimos a Deus para nós, ao perdão que
    damos aos outros : assim como...

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