QUE VENHA UM TEMPO NOVO

Gosto de pensar que estamos melhorando.

Sim, eu sinto de verdade que melhoramos muito no aspecto social, ecológico e eu diria das relações humanas, de modo especial, as públicas.

Penso que devemos essa melhora a alguns fatores que não podem ser desconsiderados:

> a coragem de falar sobre os assuntos nos ajudou a tomar consciência de quem somos e o que queremos;

> o trabalho incansável dos professores que atuam de modo direto na formação do caráter e da dignidade das crianças e adolescentes;

> acho até que a comunicação social (me disseram que não se usa mais esse termo, mas como não tive tempo de pesquisar, resolvi arriscar) deu uma contribuição na medida que colocou na pauta dos lares brasileiros temas fundamentais para nosso crescimento;

> e até a religião precisou se ater às coisas da vida humana sem ficar protelando para o depois da morte;

Mas sinto que precisamos marcar o caminho para que não voltemos a andar nele. Assim como João e Maria na conto infantil tiveram que marcar o caminho para poderem fugir, sinto que precisamos marcar para não querermos retornar pela mesma estrada sob pena de nos perdermos pra sempre.

QUEIRAMOS OU NÃO, A SITUAÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL E O ABUSO NO DESMATAMENTO E USO DE ENERGIA NÃO RENOVÁVEL É ALGO QUE PRECISA SER DETIDO.

Não se trata de alarmismo e nem de querer prever o imprevisível. 

O mundo está cheio de sinais concretos de que algo está errado e estranho em nosso comportamento.

E os estudiosos são unânimes a afirmar: A HORA É AGORA! Ou fazemos algo ou seremos tragados por esse ilustre desconhecido.

O FEMINICÍDIO PRECISA SER BRECADO E AS MULHERES PRECISAM SE EMPODERAR DIANTE DOS DESMANDOS E VIOLÊNCIAS FÍSICAS, VERBAIS, SEXUAIS E DE DISPARIDADE NO MERCADO DE TRABALHO.

Não se trata de um discurso feminista apenas (até porque aprendi recentemente que um homem não pode ser feminista) mas sim de reconhecer a causa de grandes problemas sociais a partir do lugar ocupado pelas mulheres.

A pergunta que não quer calar é justamente esse: como equiparar os gêneros para que se alcance uma sociedade igualitária?

A GUERRA É UM MONSTRO SEMIACORDADO EM NOSSOS DIAS.

Não conseguimos abarcar o risco e o perigo que todos corremos à medida em que nos deparamos com governos incapazes da cultura da paz.

Não se trata de um ou outro. Mas o que que percebemos é que as nações perderam a confiança em si mesmas e não querem mais construir um mundo diverso nas identidades e uno na essência.

AS CONCULSÕES SOCIAIS SERÃO CADA VEZ MAIORES E MAIS PRESENTES.

É triste constatar isso mas estamos num tempo de profundas decepções com as instituições e com tudo que representa a organização de um modelo de sociedade que exclui e impede o crescimento.

Enquanto temos gás, conseguimos lutar com palavras e ações. Mas chega uma hora que a deficiência é tanta e os que sofrem são tantos que algo precisa eclodir. 

Nessa hora, quem se sente mais abastado se engana porque imagina que diz respeito apenas aos pobres. Mas como estamos todos com uma corda amarrada na cintura e se um cai no precipício, outros irão atrás até chegar nossa vez de tombar.

AS REDES SOCIAIS SE TORNARAM UM PROBLEMA PARA A VERDADE.

Muitos já declararam a morte da verdade. Outros já inauguraram o período PÓS- VERDADE. O que sabemos é que a riqueza do espaço cibernético focado tão somente no quesito redes sociais se transformou num nó estrangulador do princípio da verdade e, mesmo que não queiramos admitir porque gostamos desse terreno, muito mal ainda vem pela frente.

Com essas palavras, não quero me transformar num Grinch do ano novo (rsrs). Pelo contrário, gostaria de apenas elencar o que está à nossa frente e que podemos enfrentar juntos com sabedoria e serenidade, ou sofrermos juntos as consequências da roda viva.

Eu quero que o ano novo venha e nos ajude a sermos melhores. Para isso, me disponho a manter acesa minha chama e dizer QUEM SAI ANDANDO E CHORANDO ENQUANTO SEMEIA, VOLTARÁ COM JÚBILO TRAZENDO OS SEUS FEIXES. ( Sl 126, 6)

Fiquemos bem no ano que vem.