É HORA DE SE ALEGRAR

Nas minhas meditações sempre tento aproximar a fala de Jesus nos evangelhos de coisas, imagens e acontecimentos que estejam mais pertos de nós pois, na minha fantasia, muita coisa do que Ele disse já se perdeu em significado e entendimento em nossos dias. Nem sei se isso condiz com a realidade, mas no meu esforço diário, tento fazer o melhor para criar essa proximidade.

Uma dessas imagens está no evangelho de hoje: crianças brincando na praça e tocando flauta para outras dançarem...

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Para nosso tempo são coisas quase impossíveis.

Então pensei: se Jesus estivesse em nossa cultura e quisesse dizer o que disse na mensagem do evangelho que imagem/ comparação usaria?

A de uma mãe que prepara um boa janta para os seus filhos que vão chegar e, pondo tudo do que pensava que eles gostassem, encontra resistência: HUM ESTOU DE DIETA. Outro: NÃO COMO GLUTEN. E outro: NÃO COMO MAIS NADA QUE TENHA SANGUE ANIMAL.

A decepção da mãe é o modo como Deus se sente conosco às vezes.

Ele procura fazer de tudo para acompanhar e estar junto do seu povo, com alegria e disposição para salvar e guiar. E as pessoas reagem como se estivessem diante de um buffet self- servisse.

João Batista era considerado louco: não comia, não bebia, não se alegrava, ficava no deserto, pregava a conversão e exigia que as pessoas mudassem de vida para poder receber o Salvador.

Jesus era considerado pecador: comia, bebia, estava feliz com as pessoas, amava, cuidava, usava de misericórdia, se aproximava dos pequenos e pobres e dizia do amor infinito de Deus.

O que queriam então?

O que queremos então?

Simples: queria e ainda queremos um Deus que caiba na nossa lógica pequena e quadrada. Queremos um Deus que não exija nada de nós e nem se esforce para amar a todos. Que me ame e trate os outros com dureza. Que fique sempre do meu lado mas só fale quando eu mandar.

O natal é um espécie de purificação do nosso olhar.

Deus nos escandaliza em tudo: nasce de mulher, numa cidade esquecida no interior do Império, sem casa, sem roupas, sem ninguém para bajular, criança, se mostra cheio de projetos e quer desenvolve-los com a grandeza da misericórdia. Se senta com pecadores, toca doentes, dá pão, abraça o passante, convida para a profundidade do amor.

Muitos, escandalizados e chocados com essa radicalidade, preferem substitui-lo pelas figuras comercias que são mais fáceis de engolir.

Outros nem se dão conta do acontecimento.

E nós?

Talvez devêssemos dançar porque está sendo tocada a melodia do amor salvador.

Quem se arriscar em se alegrar?


Fiquem bem. 

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