PASTOR QUE CHEIRA A OVELHAS

Uma das expressões mais impactantes ditas pelo Papa Francisco foi: precisamos de pastores com cheiro de ovelhas.

Difícil precisar o alcance dessa imagem: o pastor que de tão zeloso que é passa a ter o cheiro do seu rebanho e quais as implicações desse tipo de afirmação.

No entanto, é necessário ir perscrutando o significado disso pois, segundo o texto evangélico que meditamos nesse sábado, Jesus sentiu compaixão porque as multidões estavam tão cansadas e perdidas que pareciam ovelhas que estavam sem pastor.

Dizer que as ovelhas estão perdidas é fácil porque o rebanho, valendo-me da comparação, se perde se não houver condução e orientação. O triste é que estavam perdidas, cansadas e abatidas e ainda sofriam o fato de não ter pastor.

Não saber para onde ir e não quem desperta um caminho.

Não conseguir andar devido ao peso dos sofrimentos e ainda não ter que ajude a carregar.

Não conseguir caminhar e não ter que as carregue nos ombros.

Não conseguir sentir-se cuidado por ninguém...

Eis o ponto central do advento.

Reconhecer os pesos e sofrimentos, ter-se como alguém que se abate devido à dureza do caminho mas descobrir que o Pastor não nos deixa e nem se esquece de nós.

Essa caminhada de preparação é como se fosse um toque para nos lembrar do quanto o rebanho ainda tem importância pra Deus e como Ele quer caminhar junto de nós.

O rebanho, atento e esperançoso, espera e acolhe o Bom Pastor que vem com a promessa de ficar conosco e fazer nossos passos ir na direção de Deus.

Bem vindo Pastor. Desperta em nós o bom senso de sermos ovelhas que em meio às dores e dificuldades desse mundo, com as coisas que passam, saibamos abraçar as que não passam.

Fiquem bem.