DICA DE LIVRO

Pronto. 

Terminei.

Havia me disposto a ler um livro antes do natal que acabara de ganhar. Por vezes, pensei que não seria possível. Por outras, achei que não seria necessário manter a promessa. Mas hoje, abri mão de algumas coisas que tinha para fazer e me pus a ler, não forçosamente, mas com grande prazer.

Antes de falar do livro, pensem comigo: EXISTE DOR MAIOR DO QUE UM ENCONTRO QUE, APESAR DE TODA A ESPERANÇA, É DE FATO O ÚLTIMO NA VIDA DE DUAS PESSOAS QUE SE AMAM E SE RESPEITAM ?

Desde que comecei a ler o livro não me saía da cabeça essa pergunta e, por inúmeros caminhos, pensei nas inúmeras vezes que vi pessoas saindo da UTI do hospital e se despedindo de seus parentes ou amigos e, mesmo que trouxessem a chama da esperança de poder revê-los, sabia que aquele adeus seria o último em vida.

A pessoa que resume toda a sua vida apenas na felicidade que as coisas externas podem lhe dar talvez sofra além da conta nessa hora porque, o que mais lhe dói, é justamente saber que o outro (fonte de amor e afeto e portanto, felicidade) não estará mais ali amanhã.

Mas para pessoas que estão além da aparente felicidade existe um caminho que ultrapassa essa simples lógica e é aí que se autodefine o livro em questão.

Seu título: CONTENTAMENTO: O SEGREDO PARA A FELICIDADE PLENA E DURADOURA. Um encontro do Dalai Lama com o arcebispo Desmond Tutu.

Resultado de imagem para contentamento: dalai lama e desmond tutu
O livro é saboroso e traz profundas questões para a nossa vida moderna.

Questiona a partir do cume que esses dois chegaram, os caminhos que estamos a escolher para nossos passos e fazem com que tenhamos vergonha de não andar para dentro e querer que todas as respostas estejam fora, sob o comando da satisfação imediata e urgente.

Mas o livro é um documento sobre o encontro...

Encontro de dois amigos que, mesmo tendo se encontrado durante a vida apenas por seis vezes, aprenderam a cuidar e desejar o bem para o outro.

Encontro de duas tradições religiosas que, mesmo diametralmente opostas em muitas verdades, não se excluem apenas por serem diferentes. Pelo contrário, se confirmam na medida que sabem reconhecer o que cada uma traz de mais original e verdadeiro.

Encontro com a ciência e a resposta que ela pode nos ajudar a dar diante dos mistérios humanos. Já vai mais do que distante o tempo de opor ciência e espiritualidade. A verdade a ser buscada não é a de confirmar as que eu aceito e acredito, mas sim, de fundamentar o porque se crê e acredita.

Encontro com o bom humor. Dois velhos que sabem rir de si e do outro com liberdade e respeito.

Encontro com uma sociedade angustiada e perdida.

Encontro com o poder opressor de quem não quer que o outro seja, seja politicamente (como é o caso da China) ou culturalmente como acontece na África do Sul.

Encontro com a felicidade contente que brota da experiência de resiliência que cada um busca construir sua vida e não mais, na facilidade do prazer satisfatório.

Encontro com o amor que, por muitos caminhos e não sem muito sofrimento, insiste em brotar em nosso caminho como a flor teimosa que busca nascer nas rachaduras dos asfaltos.

Sim, celebrar o encontro de amor não sem admitir que o sofrimento e as decepções estão presentes. Mas estes não nos tiram do eixo que vislumbra o contentamento.

Caso queiram se dar um presente a si mesmos, eis aí uma boa dica.

Fiquem bem.

Comentários

  1. Que linda mensagem...Obrigada por partilhar conosco essa grande riqueza..A amizade que é sustentada e alicerçada pelo o Amor que é dom de Deus!

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  2. Lindo!
    Obrigada pela dica. Dois grandes homens que encontram o verdadeiro sentido da vida.

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  3. Obrigada pela indicação! com certeza vou ler. Depois de terminar o que comecei há algum tempo...

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  4. Com certeza lerei. Assim que terminar o começado....Leonardo da Vinci.

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