DAR VOZ AO ESPÍRITO DO PAI

Não é difícil imaginar a quantidade de situações que foram geradas a partir do momento que a mensagem de Jesus começa a atrair a atenção das pessoas e trazer além interesse, desejo de se começar a seguir seus ensinamentos.

As famílias judaicas, diretamente ligadas à tradição, acabam por se incomodar por seus membros iniciarem esse processo de ruptura com a tradição milenar que receberam dos pais e o interesse por uma mensagem que, naquele instante, surge como uma novidade religiosa que, mesmo que saibamos que esteja em sintonia com toda a tradição mosaica e dos profetas, mas que para muitos era apenas uma seita de um pregador qualquer. 

É nessa perspectiva que está o texto do evangelho de hoje (Mt 10, 16- 23).

A perseguição à qual se refere Jesus é justamente aos conflitos que essas famílias experimentam com a novidade de alguns de seus membros estarem se vinculando ao movimento de Jesus. Toda a violência citada no texto é uma forma de negação da possibilidade de Jesus e sua mensagem serem de fato algo querido e abençoado por Deus.

Esse conflito todo também invade os acontecimentos sociais e em muitos lugares também acontece a perseguição social. Mas a origem desse mal estar está nesse confronto com a tradição e a novidade teológica e pastoral que Jesus veio inaugurar.

O Evangelho passa a ser um memorial desses acontecimentos ao mesmo tempo, que lido nas diferentes comunidades, serve para animar e fortalecer a fé e o seguimento de Jesus.

Para nós também...

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Essa perseguição em nossos dias talvez tenha mudado de foco e de expressão. Mas podemos dizer que permanece a dinâmica de desconsiderar válida e importante a expressão do seguimento. Talvez não mais com violências (a nós pelo menos que vivemos na sociedade ocidental e cristã, mas em muitos lugares ainda com perseguição violenta e atentados contra comunidades cristãs) mas com desprezo pelos ensinamentos, rechaço pela importância, uso indiscriminado do nome da fé para fins políticos e ideológicos, superficialidade da prática e dos ritos, etc.

E o Espírito do Pai ainda precisa falar por nós...

Que não o silenciemos e nem o deixemos sem voz.

Fiquem bem.

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