A FORÇA DO BEM
O modo canhestro com que fomos formados e que enfia goela abaixo uma série de sensos comuns transformados em leis absolutas traz uma série de consequências para nosso modo de ver e sentir Deus na nossa história.
Com muita facilidade tendemos a colocar Deus como um juiz severo e sempre pronto para a punição e, com mais facilidade ainda, achamos que na luta do bem contra o mal, quem mais tem força é o mal. Duvida?
Então pensemos juntos:
> Porque será que cada vez que falamos o nome do tinhoso há quase que uma necessidade de reagir com algum gesto inexplicável para detê-lo? Uns batem na madeira, outros na boca, outros ainda se recusam em falar-lhe o nome? A explicação é simples: pensamos que ele poderia ter a força de nos arrebatar pelo simples fato de falar seu nome... Mas com Deus a história é outra. Parece que Ele nunca age tanto é verdade que quase nunca nos sentimos incomodados em reagir ao seu nome.
> Porque que associamos o céu a uma coisa monótona e chata (vejam os filmes, novelas, livros e nossas fantasias pessoais) onde tudo parece sem graça e com o inferno há sempre algo que lembra ousadia, festa, movimentação e, ainda que seja para valorizar o sofrimento que lá é impingido, as pessoas "brincam" com a ideia de que pelo menos lá haverá uma certa bagunça conhecida? Pelo fato de pensarmos que tudo o que vem de Deus é uma espécie de negação da vida e das características humanas, como se ele fosse um certo "inimigo" de nossos gostos e modos de ser.
> Porque anjo não tem costas e nem sexo segundo a cultura popular e os diabos e ou similares são sempre bem corpóreos e às vezes sensuais? Porque achamos que de Deus não vem sequer um sinal de alegria e prazer e pensamos que o diabo é mais interessante para nossos desejos desenfreados.
Os exemplos são muitos, mas acho que você já entendeu qual é o meu argumento né?
Entrei nesse assunto porque fiquei pensando no modo como as pessoas reagiram quando viram Jesus (nos evangelhos apresentados como o rosto de Deus) escolhendo também estar com aqueles que ninguém escolhia. Vide o texto de hoje: Lc 5, 27- 32.
Vai sentar-se à mesa na casa de um cobrador de impostos (Levi- Mateus) e lá encontra-se com vários outros cobradores. Para os judeus isso era insuportável porque desmistificava toda a linha imaginária que existia entre os bons e os maus.
Fazer tal gesto significava dizer que os que se sentavam com os impuros estavam contaminados pela maldade do mal; assim como quem tocasse o leproso, quem fizesse alguma atividade no sábado, quem tocasse num morto, etc...
O mal, segundo essa visão, sempre tem poder contaminar pelo simples fato de existir. O que significa dizer que a origem do mal é infinitamente superior à força do bem. Afinal de contas ninguém diz que uma pessoa má ao sentar-se com alguém bom será contaminado pela bondade...
Percebem o que fazem com nossas cabeças?
Somos levados a acreditar que o mal sempre age com mais força e sempre nos ameaça mais. E deixamos o bem se perder num mar de amorfia sem cheiro e sem nenhum poder de transformar...
Jesus vai, se senta, come, conversa, age, ouve, e ao sair faz o convite SEGUE-ME contaminando assim Levi com a semente do reino e permitindo que ele se desperte para novos sonhos e projetos...
Que tal mudar nosso foco e permitir que o bem aja em nós e por nós?
Fiquem bem.
Excelente a reflexao- falta preparo para ser cristao verdadeiro. Foi fundo! Mas, ainda há tempo pra mudanças - espero ser capaz....
ResponderExcluirDeixemos nos tocar pelo bem, p/fazer do mundo e da vida de todos , algo muito melhor...
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