UM MUNDO ONDE NINGUÉM OLHA PARA A DOR

Parece que a pergunta quem é o maior ou melhor ou mais importante sempre incomodou a humanidade.

Os critérios para responder a essa pergunta depende muito do lugar e do modo como cada um encara a vida.

Quem é o maior numa empresa? Quem tem o cargo que se sobreponha aos demais.

Quem é o mais importante na sociedade? Quem faz parte de algum tipo de elite e tem sua voz amplificada por tudo o que revela esse lugar como um privilégio.

Quem é o melhor numa disputa por uma vaga na universidade ou numa entrevista de emprego? Quem tem o currículo mais preenchido.

Mas no caminho de Jesus, quem seria o maior?

Jesus apresenta um critério diferente: coloca uma criança (desprezada naquela cultura) no centro da roda e diz que é preciso se tornar como ela, pequeno, frágil e disponível para crescer. Quem acolher uma criança tem chances de ser grande no Reino dos Céus.

Mas pensemos: não se trata de pensar numa criança apenas como uma fase do crescimento humano. Trata-se de pensar naqueles que são desprezados e ignorados como ponto de partida para desenvolver o caminho.

Jesus tem como proposta inverter o modo de dar importância às pessoas e coisas. Não parte daquilo que já é aceito de determinado pelo contexto. Não os ignora, mas coloca como ponto de partida aqueles que foram desprezados e portanto, aqueles que ninguém mais consegue perceber. 

Tendo-os como chave para a caminhada, convida cada um a abrir mão do supérfluo da vida (se penso apenas como todos pensam onde está a originalidade) para valorizar o que foi desprezado e aí sim, se tiver alguma importância no que faço e represento, serei reconhecido pelo bem que sou capaz de fazer e não pelo sucesso que atribuam a mim.

Fácil?

Não, de jeito nenhum porque na verdade somos dependentes do canto da sereia...

Mas diz Ele, se não agirmos assim, não teremos parte com Ele.

Fiquem bem.